Compositor: Charles Aznavour
Quando eu tomar, solitário
O caminho de ida simples, sem volta
Que todo homem da Terra
Um dia toma
Para ir ver Deus, o Pai
E lhe contar as próprias virtudes
Eu lhe direi, sem cerimônia
Eu vivi
Eu vivi a vida de um ser
Moldado com carne e sangue
Vivi
Cada segundo do meu tempo
Vivi para conhecer tudo
O que me era oferecido
Sem a preocupação de ir para o céu ou para o inferno
Achando que não tinha nada melhor a fazer
Nem mais, nem menos otimista
Que o resto dos humanos
Levei vida de artista
Não de santo
Uma vez que o palco se apaga
E o espetáculo se calou
Admitamos que, como um egoísta
Eu vivi
Vivi a vida de um ser
Que só aspirava à felicidade
Vivi
Até dilacerar o meu coração
Vivi, meu Deus, talvez
Sem pensar em minha salvação
Mas, na Terra, afirmaram-me que Vós
Deixáveis vir a Vós as ovelhas desgarradas
Se minhas credenciais
Parecem fracas e não servem para nada
Se, para alcançar Sua clemência
Eu devesse
Justificar minha existência
Em detalhes, com pormenores
Eu diria, em minha defesa
Eu vivi
Vivi com a alma ardente
Para as moças de coração quente
Vivi
Com o desejo cravado na pele
Vivi em nome das mulheres
Para o amor e seus desejos
Acreditando, por instantes, alcançar o paraíso
Queimando meus dias e consumindo minhas noites
Eu vivi
Minha vida